sábado, 2 de novembro de 2013

A economia brasileira segundo o PSDB

E agora o texto do PSDB.


Campo de debate do PSDB: a economia e o Brasil

A economia brasileira vai mal. Crescemos pouco, bem abaixo do que crescem países bem menos pujantes que nós. Mas o mais preocupante é que a maneira como nossos fundamentos econômicos estão sendo (mal) administrados está nos conduzindo a um beco de perigosos desequilíbrios e instabilidades. É necessário corrigir o rumo.
Este ano, pela terceira vez seguida, nosso PIB terá desempenho medíocre. Conforme previsões feitas pela Cepal, em toda a América do Sul apenas a Venezuela crescerá menos que o Brasil; em 2012, só não ficamos na lanterna porque superamos o Paraguai.
Este é um processo que não é de hoje. Já vem, na verdade, de alguns anos. Mesmo nos tempos da bonança global – aquele céu de brigadeiro como há muito o mundo não atravessava e que foi muito mal aproveitado pelo governo Lula – o Brasil sempre teve desempenho pior que a média dos demais países sul-americanos. A única exceção foi 2010, mas sabemos da motivação eleitoral cuja fatura até hoje estamos pagando.
Nos últimos três anos, a defasagem se aprofundou. Enquanto a média de crescimento do Brasil mal chega a 2% ao ano, o resto da América do Sul – para ficarmos num exemplo mais condizente com a nossa realidade – cresceu mais de 5% anuais. Alguma coisa está errada aí, e muito errada.
Na nossa visão, a economia brasileira está pagando um preço alto demais pelo agigantamento da presença do Estado, que acabou por dificultar a vida da iniciativa privada, sobrecarregar os cidadãos com tributos e onerar demais a produção no país.
Hoje, embora nossas empresas continuem a produzir com boa qualidade, nossos produtos estão perdendo mercado tanto aqui quanto ao redor do mundo porque se tornaram caros demais.
Esta hipertrofia estatal foi acompanhada por um novo experimento de política econômica que, definitivamente, não deu certo. A matriz baseada em incentivo ao consumo, doses cavalares de crédito e ajuda desmesurada de instituições financeiras públicas a empresas eleitas para serem “campeãs nacionais” naufragou.
A economia brasileira sobreviveu bem enquanto perduraram os benefícios advindos da adoção do vitorioso tripé formado por um regime de metas de inflação voltado a preservar a estabilidade conquistada com o Plano Real, pela maior abertura ao mercado internacional, com livre flutuação do câmbio, e pela responsabilidade no trato das contas públicas, ordenando com severidade os gastos do governo.
Nenhuma destas condições continua presente no desenho atual da política econômica brasileira.
Nossa inflação é renitentemente elevada: hoje apenas economias muito menos desenvolvidas exibem índices gerais de preços mais altas que os 6% anuais que se tornaram a norma no Brasil.
A gestão das contas públicas encontra-se sob amplo descrédito, dada a disparada dos gastos do governo e, principalmente, a manipulação da contabilidade oficial. Em proporção do PIB, nossa dívida pública bruta atinge o dobro da média dos emergentes, engordada nos anos recentes por repasses do Tesouro a instituições como o BNDES.
Para completar, o Brasil passou a adotar uma postura de isolamento em relação ao resto do mundo, apequenando sua política externa e reduzindo sua participação no comércio global. Assistimos nossas empresas perderem competitividade e ficarem para trás no intenso movimento de formação de cadeias produtivas globais, das quais foram sendo alijadas.
Mas o Brasil tem plenas condições de se reerguer e voltar a buscar um lugar de maior destaque no mundo. A saída é promover uma agenda de reformas estruturantes e de modernização do Estado, para que o país reencontre o caminho do desenvolvimento sustentado.
Entre os objetivos devem estar melhorar a estrutura de tributos, oxigenar o mercado de trabalho, destravar o investimento privado e livrar o aparato estatal – em especial os órgãos de regulação – de qualquer influência política.
Em suma, ter um Estado mais eficiente para atender melhor os cidadãos e um ambiente mais adequado para que o investimento privado floresça, gerando mais riqueza, bem-estar e melhores oportunidades para os brasileiros.

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