terça-feira, 30 de abril de 2013

Crowdfunding ou financiamento colaborativo

O crescimento do financiamento colaborativo


Por EMILIAMMM
Do Outras Palavras
Números mostram que financiamento colaborativo ocupa lugar cada vez mais importante na economia

sábado, 27 de abril de 2013

Possibilidade de conjugação da energia eólica com a hidroelétrica

Ligar a rede de energia eólica brasileira - que nos últimos anos cresceu muito - com a rede de energia hidroelétrica é uma alternativa que pode tornar o sistema elétrico brasileiro menos vulnerável às variações climáticas sazonais.

A meta da indústria naval brasileira

     O artigo abaixo é um resumo do primeiro debate promovido pelo IG e pelo Brasil Econômico para a série "Caminhos para o Desenvolvimento – os desafios do País para garantir um crescimento econômico sustentável". Esse primeiro debate teve a participação do atual presidente da Transpetro, Sergio Machado. Ele afirma que o Brasil terá condições de ter uma indústria naval competitiva internacionalmente dentro de 15 anos.

As pessoas sozinhas - mas não necessariamente solitárias - de nosso tempo

A vida em família é até hoje considerada geralmente a unidade básica da vida social e, por isso, as pessoas que vivem sozinhas na idade adulta por muito tempo foram vistas como verdadeiras anomalias sociais.
A situação hoje mudou bastante. A proporção de homens e mulheres que vivem sozinhos nas grandes cidades ocidentais modernas aumentou muito a partir da segunda metade do século passado. O texto abaixo procura identificar os fatores responsáveis por essa mudança que parece ter se instalado com uma tendência marcante e inédita na história da humanidade.
O assunto, obviamente, diz respeito também à sociedade brasileira. Aliás, de acordo com texto, é justamente nos países em desenvolvimento que o número de pessoas a viverem sozinhas aumenta mais rapidamente.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Previsões (parcialmente) sombrias de Nassif para 2015-2016

Ele identifica uma dinâmica recorrente de inevitável geração de déficit externo pela economia brasileira que, ao atingir seu estágio mais agudo, reclama como resposta de curto prazo a desvalorização do câmbio, acompanhada por um subida da inflação.
No atual contexto, o déficit externo estaria sendo provocado pelo recente crescimento do consumo interno, que não foi acompanhado por um aperfeiçoamento do sistema produtivo interno. Sem este aperfeiçoamento, as empresas produtoras brasileiras perdem a competição para os produtos importados. Assim, os produtos importados vão ocupando os espaços e corroendo a capacidade produtiva das empresas nacionais. Com mais importação do que exportação, aumenta o déficit externo. O governo, incapaz de reverter esse movimento no curto prazo, acabará sendo forçado a desvalorizar o câmbio (em relação ao dólar), na tentativa de reequilibrar as contas. Isso causará inflação por algum período, mas também ajudará as empresas brasileiras a baratear (em dólar) seus produtos. Nassif prevê que essa desvalorização ocorrerá por volta do primeiro ou segundo ano do próximo governo.
Vale lembrar que a China já pratica controle cambial há bastante tempo. O resultado está aí.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Para entender o dinheiro

Texto sobre o documentário "Money as Debt". Bastante esclarecedor sobre o atual estágio do sistema capitalista.

domingo, 21 de abril de 2013

"A expectativa de vida do euro é de 5 anos". Será?

Abaixo, breve diagnóstico sobre a atual situação dos países da zona do euro e sobre o possível desdobramento da crise: segundo o economista consultado na reportagem, em no máximo cinco anos o euro se desintegrará por conta do abandono em cadeia dos países membros da zona do euro. Será? Daqui a alguns anos testaremos a validade desse prognóstico.
Questões relevantes para nós: como o Brasil deve lidar com esse possível cenário? Quais são as projeções atuais das condições de nossa economia daqui a cinco anos?

sábado, 20 de abril de 2013

Os meios de comunicação e sua dependência dos clichês

Clichês são opiniões ou imagens estereotipadas a respeito de pessoas, lugares ou acontecimentos. Eles se constroem ao longo do tempo e decantam-se sorrateiramente nas mentes da pessoas. São, por definição, falsidades, mas costumam ser muito eficazes na determinação de nossas condutas. Sua eficácia deriva, em parte, de nossa tendência geral a seguir a "lei do menor esforço" e em parte dos fragmentos de verdade que os compõem.
A pretexto do compromisso de informar o público de modo objetivo, suscinto e compreensível, os meios de comunicação tendem a formar e reforçar clichês, criando assim a estranha impressão de que, apesar da avalanche de novas informações com que eles nos inundam 24 horas por dia, parece quase sempre tratar-se de mais do mesmo.
Essa impressão induz o leitor, ouvinte ou telespectador a uma espécie de letargia diante da história humana, contada ao modo das mídias. Uma letargia que se alimenta de um empobrecimento, provocado pelos clichês, da nossa capacidade de compreensão dos fatos. Afinal, qualquer interpretação satisfatória dos fenômenos humanos depende, por um lado, do conhecimento das histórias a respeito do que ensejou esses fenômenos e, por outro lado, das estimativas sobre a possível influência desses fenômenos no desenrolar dos acontecimentos futuros. Ora, os clichês oferecem imagens pobres diante do passado e rígidas diante do futuro: pobres porque simplificadas além da medida e rígidas porque resistentes a qualquer mudança que os eventos futuros possam provocar nelas.
Se o diálogo racional e produtivo entre seres humanos depende do exercício de nossa capacidade de compreender adequadamente os acontecimentos, um exercício que exige grande investimento cognitivo e emocional de nossa parte, a mídia e sua dependência crônica dos clichês cria então mais obstáculos àquele tipo de diálogo, ao nos estimular a continuarmos abraçados a nossas amadas crenças irrefletidas. Eis a maneira como ela contribui para a formação de indivíduos incapazes de dialogar com os outros.

Balanço do PAC 2

De acordo com relatório do governo sobre o andamento das obras do PAC 2, em dezembro de 2012 haviam sido executados 47,8 % dos recursos previstos para a etapa do programa que se concluirá em 2014. Isso dá a esperança de que até 2014 ao menos 90% dos recursos tenham sido executados. A ver.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Lista com os 35 melhores filmes de esquerda

http://www.diarioliberdade.org/artigos-em-destaque/407-cultura-m%C3%BAsica/37613-os-35-melhores-filmes-da-esquerda.html

"Juro e tomate: o molho azedo do laissez-faire", por Saul Leblon



O aumento da taxa de juro de 0,25%, na reunião do Copom desta 4ª feira, a rigor não muda um centímetro do cenário econômico. 

Nem é tragédia, nem significa a salvação da lavoura. 

Não resolve nenhum dos desafios colocados ao desenvolvimento do país. 

É mais um sinal de satisfação aos mercados para dizer que a ortodoxia não tem o monopólio da cautela em relação ao comportamento dos preços. 

Se e quando necessário, o governo age. O recado mira 2014.

Os interesses rentistas e a mídia que os vocaliza certamente farão uma leitura diferente.

Desde já esfregam as mãos e flexionam os músculos.

Tem 45 dias até a próxima reunião do Copom para calibrar uma nova escalada, ancorada num poder de difusão capaz de pautar o país e o governo.

Seria precipitado dizer qual será o vilão da vez. 

Mas eles conseguem um.

A instabilidade climática que indexou o país ao tomate nas últimas semanas veio para ficar.

O Brasil é o quinto lugar do planeta mais alvejado por desastres climáticos na última década.

O semi-árido nordestino vive desde outubro uma das piores secas em meio século.

Sendo um dos cinco maiores produtores agrícolas do planeta, o país convive com comida cara numa momento em que as cotações internacionais perdem fôlego, por conta da estagnação global.

Desde agosto do ano passado, segundo o IBGE, bebidas e alimentos acumulam alta da ordem de 16% no país.

A deflação mundial das commodities bateu em 9% no mesmo período, diz a FAO.

A resposta ortodoxa para eventos climáticos extremos será sempre a mesma.

‘Sobe o juro!’.

Não importam os efeitos. 

Tampouco as causas.

A ausência de uma política estatal de estoques de alimentos, por exemplo, acentua a vulnerabilidade ao clima desordenado. 

O Brasil é conhecido pela pujança de sua agricultura (de custos sociais e ambientais nem sempre computados no saldo da eficiência). 

A safra de grãos deste ano deve girar em torno de 180 milhões de toneladas.

Nos últimos 20 anos o país aumentou em 175% a produção graneleira (com a ressalva anterior).

Como, então, fica refém de uma alta de preços, que acua o governo em descompasso com a tendência mundial?

Tido como um dos cinco maiores celeiros do mundo, o Brasil simplesmente não dispõe dos ditos celeiros para intervir no abastecimento. 

A rede pública de armazéns foi privatizada e sucateada nos governos Collor e FHC. 

Nunca mais foi recomposta.

A tarefa de formar estoques foi transferida à iniciativa privada, gerando fenômenos desconcertantes. 

Sem ter onde armazenar safras recordes, regiões produtoras ‘guardam’ milhões de toneladas em caminhões, que atravessam o país todos ao mesmo tempo.

A frota de armazéns ambulantes cria congestionamentos cinematográficos.

Imediações dos portos fazem a alegria da mídia conservadora no auge da safra.

A mesma mídia que no passado aplaudiu a extinção das políticas de abastecimento e a privatização da armazenagem.

Não só.

O Nordeste nesse momento pode ter seu rebanho bovino dizimado pela seca.

Falta milho para o gado. 

A região brasileira mais vulnerável ao clima –e ao mesmo tempo, a mais previsível-- não dispõe de uma rede de armazéns capaz de evitar o cíclico sacrifício de seus rebanhos.

O déficit de armazenagem no país é da ordem de 25 milhões de toneladas. 

Concentra-se em dois polos: no Centro-Oeste, hoje a maior região produtora de grãos; e no Nordeste, a mais vulnerável e carente de abastecimento.

Coisas dos livres mercados.

Esta semana, quando já galgava o patíbulo do Copom, o governo, finalmente, decidiu redefinir a atuação Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

A ordem é para a Conab recuperar o tempo perdido.

E espetar armazéns estatais estratégicos em todo o território nacional.

Dos 17.962 armazéns disponíveis no Brasil apenas 4% são públicos. 

O restante o governo aluga.

Gasta R$ 300 milhões por ano com isso.

Não é uma jabuticaba brasileira.

Nas últimas décadas, a supremacia neoliberal colonizou a agenda do desenvolvimento.

A terceirização das responsabilidades do Estado aos ditos ‘livres mercados’ contaminou a esfera da segurança alimentar.

Nações, sobretudo as mais pobres, e organismos multilaterais, foram incentivados a renunciar ao comando da soberania alimentar. 

A ordem era transferir aos livres mercados –‘mais eficientes e ágeis’– a incumbência do suprimento. 

Se o mercado mundial é capaz de atender a demanda just-in-time, e a preços mais competitivos, por que carregar estoques estratégicos de custos onerosos?

A formação dos preços deveria fluir livre do intervencionismo; a salvo de politicas de abastecimento; sem o ruído dos estoques reguladores estatais.

O laissez-faire moderno materializa-se nas bolsas de mercadorias e na roleta dos contratos futuros, que deveriam servir de garantia ao produtor. Mas foram capturados pelo apetite insaciável dos fundos especulativos. 

A crise financeira do 2º semestre de 2007 em diante, e a fulminante espiral dos preços agrícolas que se seguiu , puniu exemplarmente a crendice nas virtudes dos livres mercados.

No ápice da escassez e da fome, nações e organismos internacionais viram-se desarmados para intervir. 

Onde estavam os estoques? 

Onde continuam a repousar.

Em celeiros das grandes corporações que dominam o comércio agrícola mundial e mantém sigilo especulativo sobre os volumes. Business.

A alta do juro nesta 4ª feira condensa essa trama oculta de interesses e engodos. 

Os ingredientes compõem o molho azedo do laissez-faire.

O jogral tomateiro conhece a receita, mas não admite.

O governo, ao mexer na Conab, dá mostras de saber a origem do mico.

Resta saber qual das duas lógicas predominará até a próxima reunião do Copom, em 30 de maio.

A ver.
Postado por Saul Leblon às 22:02

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Duas notícias da Folha sobre o PIB

Hoje, depois de ler notícia da Folha sobre queda da 'prévia' do PIB para fevereiro, notei que apenas no interior da matéria havia referência ao detalhe de que o valor anunciado na manchete não considerava a influência da sazonalidade. Isto me fez pensar em procurar na internet notícias semelhantes sobre o PIB de fevereiro de 2012, para fazer uma comparação. Eis abaixo o resultado dessa rápida pesquisa:

segunda-feira, 8 de abril de 2013

33 bilhões para os empresários inventarem novidades


Finep pretende destinar R$ 33 bi em crédito para inovação

Do Estadão.com.br

'Vamos responder aos pedidos de financiamento em até 30 dias'

Com a redução do prazo, que é de 112 dias atualmente, a Finep espera destinar R$ 32,9 bi a projetos de inovação

07 de abril de 2013 | 2h 07
JOÃO VILLAVERDE, IURI DANTAS / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Os empresários que solicitarem crédito à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para financiar seus investimentos a partir de 1.º de julho vão receber da instituição financeira uma resposta completa em, no máximo, 30 dias. Hoje, a Finep leva 112 dias, em média, para responder às companhias com as condições (taxa de juros, prazo para pagamento, tempo de carência) que tem a oferecer. Em 2011, a Finep levava em média 248 dias para isso.
Com a forte redução dos prazos, a Finep espera conseguir tocar o enorme pacote de R$ 32,9 bilhões em crédito subsidiado para ampliar a inovação do setor privado brasileiro lançado pela presidente Dilma Rousseff no mês passado.
Esta é a aposta do presidente da Finep, Glauco Arbix, que, em entrevista ao Estado, afirmou que o Brasil está diante de uma encruzilhada: o ritmo do crescimento da economia, fraco nos dois últimos anos, não pode desanimar os empresários, que precisam aproveitar esse período de baixa para inovar e se preparar para a retomada. A seguir, os principais trechos da entrevista.
O governo acabou de lançar um pacote de R$ 32,9 bilhões em crédito subsidiado para inovação. Haverá demanda?
A demanda tem surpreendido todo mundo. A estrutura industrial brasileira está mudando, especialmente do lado comportamental dos empresários. Mesmo com o ritmo lento da economia nos últimos dois anos, a demanda por financiamento da Finep continuou forte e aumentando. É claro que, se houvesse uma explosão da demanda por crédito, ninguém conseguiria atender, nem a Finep, porque a economia brasileira não é puxada pela inovação. Queremos que seja, e por isso esse pacote. Estamos nos preparando para um boom, que, se vier num futuro próximo, será plenamente atendido pela Finep.
Como?
As mudanças na Finep serão muito grandes. A principal começará em 1.º de julho: vamos responder a todo e qualquer projeto de financiamento em até 30 dias. Isso é uma revolução. Estamos trabalhando com a USP de Ribeirão Preto, o Cedeplar, de Minas Gerais, e o Ipea para criar três rankings que vão facilitar muito nosso trabalho de avaliação dos projetos. A análise de saúde financeira das empresas será feita na Serasa. Fechamos um acordo com o Banco do Brasil para trabalhar com a central de risco de crédito deles. Com isso, teremos segurança na análise do projeto e agilidade na liberação das condições que vamos oferecer. Muitas vezes pedimos documentos que não são necessários, e isso é custo, burocracia e tempo. Vamos reduzir isso ao essencial. Não é razoável que alguém que queira inovar demore 248 dias para conseguir o crédito, como era em 2011, ou mesmo 112 dias como é hoje, depois do enorme esforço que imprimimos. Agora tudo será veloz.
As empresas estão preparadas para tomar esses recursos?
Passamos anos discutindo no Brasil as variáveis macro, como juros e câmbio. Isso está razoavelmente equacionado, com uma economia muito mais forte hoje, com reservas. A situação agora é outra: precisamos de competitividade. No século 16 isso era atingido por meio do chicote e o aumento da produtividade na base do esforço físico. Agora é produtividade ligada a tecnologia e gestão. As empresas estão despertando para isso. O Brasil é um País muito dependente de commodities, mas isso não é um mal, pelo contrário. Precisamos continuar na frente, e para isso precisamos investir em tecnologia. A questão é que precisamos ir além do agronegócio, e sermos inovadores em diversos setores. O governo está disposto a tomar risco junto com as empresas. A linha de alto risco da Finep tem taxa de juros de até 2,5% ao ano, tendo quatro anos para começar a pagar e até 12 anos para pagar tudo. Além disso, cobrimos até 90% do projeto. Não conheço país que ofereça algo parecido.
A crise tem sido muito dura para a indústria brasileira, com queda de investimentos em muitos setores, além de corte de pessoal e da própria produção. Como casar um pacote de estímulos à inovação com o atual estágio da indústria de transformação?
O nosso recado é claro: persistam. Tradicionalmente na Finep, tal como no BNDES, a demanda por crédito sempre seguiu o ritmo geral da economia. Quando o PIB crescia muito, a demanda era muito grande, mas quando a economia ficava fraca os empresários se retraíam. Isso não está acontecendo desta vez. Não foi o que ocorreu em 2011 e 2012, mesmo com um ritmo do PIB abaixo de 1%. O que sei, como alguém que estuda tecnologia há 25 anos, é que a indústria precisa inovar, principalmente em momentos de crise, porque de outra forma, quando a recuperação começar, ela não vai conseguir acompanhar. Estamos pressionados. As economias emergentes, como China, Índia e Rússia, estão de um lado, e, do outro, os países desenvolvidos, EUA à frente, iniciando uma lenta recuperação, puxada principalmente pela inovação em setores de ponta. Se o investimento na indústria não vier agora, o espaço pode se fechar.

domingo, 7 de abril de 2013

Prioridade militar: equipar a Marinha

Dando continuidade ao tema do post anterior, deixo abaixo prognóstico do Azenha sobre as futuras batalhas pela exploração do petróleo no Brasil e mundo afora. Tudo indica que os EUA estão desenvolvendo tecnologia para tornarem-se autosuficientes na produção de combustível fóssil, mas que também estão bem atentos aos locais onde a exploração desses combustíveis seja mais fácil do que no Oriente Médio. Daí a necessidade de países como o Brasil, com uma significativa reserva de matéria prima e mais vulneráveis à intervenção das potências militares, tornarem mais robusto seu sistema de Defesa Nacional.

Recursos do petróleo, desoneração fiscal e nossas aposentadorias

Três questões à primeira vista desconexas, mas só à primeira vista.
A primeira, sobre os recursos do petróleo, diz respeito ao destino do dinheiro (sobretudo capital fixo) que iremos produzir ao longo das próximas décadas. Em maio será realizada mais uma rodada de atração de investimentos estrangeiros para exploração do petróleo abrigado na costa atlântica brasileira. O detalhe é que as futuras concessões de exploração serão regidas pela lei 9.478, de 1997 (clique aqui para lê-la) e não pela lei mais recente, restrita à exploração das áreas de petróleo do pré-sal. Segundo o autor do artigo transcrito abaixo, pela lei 9.478, a empresa que explora uma área a ela previamente concedida e lá descobre petróleo torna-se "dono dele e faz dele o que bem quiser". Mas será que isso não é um exagero? Afinal, para início de conversa, tratam-se de contratos de concessão, com data para terminar e condições a serem (a princípio) respeitadas por ambas as partes do contrato. Como primeiro passo para se obter uma resposta a essa pergunta, convido a ler especialmente os capítulos V ("Da Exploração e da Produção") e VIII ("Da Importação e Exportação de Petróleo") daquela lei. Para comparação, deixo também AQUI a ligação para a lei 12.351/2010, concebida para regular a exploração dos recursos da região do pré-sal.
A segunda e terceira questões, respectivamente sobre a desoneração fiscal das folhas de pagamento e sobre nossas aposentadorias, dizem respeito à distribuição dos recursos nacionais (cuja uma parte nada desprezível virá da exploração do petróleo). Essas duas questões são abordadas por outro texto, que coloco aqui logo abaixo do primeiro, no qual Luis Nassif se pergunta pelos efeitos da atual política de isenção fiscal nas receitas da Previdência Social. Prevê-se que o déficit da Previdência Social vai se tornar um problema agudo para o Brasil nos próximos 20 ou 30 anos (justamente a época em que eu me aposentaria!). Pelo que pude observar in loco, esse déficit já é um problema nos países mais avançados da Europa. Os jovens trabalhadores da Itália e da França de hoje, por exemplo, já temem bastante a precariedade de suas rendas quando eles chegarem na velhice.

sábado, 6 de abril de 2013

Análise da encruzilhada política atual

Gesta-se nas instâncias do poder judiciário brasileiro uma ação penal em que Lula é acusado de negociar com a Portugal Telecom financiamento em caixa dois para a sua própria campanha. Até que ponto pode ir essa ação? O governo tem influência suficiente na Procuradoria da República do Distrito Federal para abortá-la em tempo hábil?
Assim como o julgamento do mensalão teve claramente um uso político, não se duvida que seja esse novamente o objetivo subjacente à tentativa de envolver Lula em um processo judiciário. Por isso, nem se pergunta pela procedência ou não da denúncia.
Abaixo, segue prognóstico do Eduardo Guimarães sobre esse novo evento da política nacional.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Juros SELIC: Uma batalha decisiva está em curso

Acontece nesse momento uma importante queda de braço entre o governo federal, com sua estratégia econômica de médio prazo, e os grandes grupos financeiros, com seus interesses pelo ganho graúdo proporcionado por uma alta taxa de juros SELIC. Uma disputa decisiva para o futuro do país, pois definirá no médio prazo se continuaremos a ser o paraíso dos investidores especulativos ou um bom local para se produzir bens, estudar, inovar, trabalhar, viver. Aparentemente, boa parte das grandes empresas brasileiras de comunicação tende a fazer coro junto com os grupos financeiros, pois teriam também elas bastante a ganhar com o aumento da taxa de juros. Isso explicaria certas notícias alarmistas recentemente publicadas contendo as palavras "descontrole" e "hiperinflação". A aposta do governo, por outro lado, seria em um combate da inflação baseado na correção dos fatores que causam o desequilíbrio entre oferta e demanda. Afinal, este país em que as taxas de desemprego estão bem baixas e em que a renda média dos trabalhadores e aposentados cresce há mais de uma década é também o país que sofre com o sucateamento histórico da sua infraestrutura logística, com a feroz concorrência industrial chinesa, com a baixíssima capacidade do estado de investir de forma eficiente em capital fixo, além de vários outros gargalos que, juntos, compõem o chamado "custo Brasil". Deixo abaixo três análises recentes sobre essa situação.