quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Meritocracia: o ideal regulativo da classe média brasileira

No texto reproduzido abaixo, Renato Souza vai na veia do ethos da classe média brasileira. Segundo ele, trata-se da ideia de meritocracia. Ela seria o fundamento explicativo das críticas mais difundidas ao Bolsa Família, às cotas para universidade, ao programa Mais Médicos. O autor faz uma bela defesa da sua hipótese ao mostrar como ela explica de modo unificado todos esses fenômenos sociais protagonizados pela classe média brasileira. E faz mais: aponta diversas razões pelas quais a ideia de mérito fundaria uma organização social perversa.
Atentar, porém, para a polissemia da palavra mérito. O autor enxerga a alegada objetividade dos critérios como estratégia ideológica para esconder a realidade das relações de poder. Pode-se, por outro lado, identificar a objetividade com o reconhecimento público de uma regra. Nesse sentido, a objetividade ou publicidade dos critérios seria condição para a crítica das relações de poder e interesses subjacentes.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Nassif e o enigma do desenvolvimento econômico brasileiro

Excelente texto do Luis Nassif com breve relato histórico sobre o dilema da desvalorização cambial X desenvolvimento econômico. Quando, ao final do texto, ele se pergunta: por que, com tantas condições favoráveis, o Brasil não consegue dinamizar a sua economia? A resposta que me ocorre primeiro é: falta crônica de um sistema educativo eficiente e abrangente.


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A triste condição dos professores no Brasil

Baixo prestígio social, baixos salários, qualificação profissional precária, condições de trabalho sofríveis. Gerações e gerações de brasileiros jogados na mais triste condição de indigência cognitiva.
Para uma pálida tradução numérica dessa situação, ler o 2013 Global Teacher Status Index, publicado pela ONU.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Hora de pensar o novo tempo para o Brasil

A aliança surpreendente entre Marina e Eduardo Campos ainda é muito recente para permitir qualquer previsão sobre as próximas eleições. Feita essa ressalva, resta uma aposta esperançosa: a de que o tema dominante nos debates da próxima eleição não será mais o passado, as heranças benditas ou malditas do PSDB ou do PT, mas sim o futuro, o que será o Brasil daqui a dez, vinte anos. Isso é o que esperam alguns analistas do cenário político.
Pois se a polarização PT x PSDB enclausurou até hoje ambos os lados da disputa em um debate sobre suas respectivas heranças, a chapa Campos-Marina talvez tome o lugar do PSDB como protagonista da oposição e estimule assim a discussão sobre o que fazer nos próximos anos para além de garantir a estabilidade econômica e promover uma melhor distribuição de renda. Isso dependerá do discurso a ser montado por Marina e Eduardo. Os primeiros traços desse discurso deverão aparecer nas próximas semanas, através de declarações esparsas dos novos atores. Em breve saberemos se a entrada deles na disputa irá enriquecer ou manter empobrecido o debate sobre o futuro do Brasil.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O mensalão explicado

Vídeo (clique aqui) bastante didático sobre o julgamento do mensalão. Dá até para fazer, a partir dele, um esquema gráfico que ajude a esclarecer o imbróglio. Estou trabalhando nisso. Em breve o coloco aqui.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

PIB brasileiro em 2012: o bolo cresceu pouquinho, mas as fatias foram maiores

Curioso fenômeno, praticamente o avesso da tese de que é preciso fazer primeiro o bolo crescer para depois distribuí-lo. 2012, ano do "pibinho" de 0,9% de crescimento em relação ao do ano anterior foi também o ano em que a renda média dos trabalhadores cresceu 8%!
Como algo assim é possível? O que explica esse fenômeno? Segundo Marcelo Neri, economista presidente do IPEA, o aumento expressivo da renda média no ano passado é um indício de uma mudança qualitativa no mercado de trabalho. Se, por um lado, o conjunto das riquezas produzidas no país não aumentou quase nada, mas, por outro, os trabalhadores, em média, ganharam quase 10% a mais, então não foi a quantidade de postos de trabalho que cresceu, embora algum fator tenha impelido os empregadores a dispender bem mais com seus empregados. Para Neri, esse fator foi a expansão do trabalho formal. Clique aqui e pule para o texto no qual encontrei essas informações.