quarta-feira, 24 de julho de 2013

As ações em ciência e tecnologia anunciadas pelo MCTI

Não que eu creia cegamente em anúncios de ações do governo por ministros em grandes eventos. Até porque nesses assuntos de governo, entre o anúncio e a realização efetiva das ações costuma haver grandes atrasos e mudanças de plano. De qualquer forma, o mínimo que nossos meios de comunicação deveriam fazer era nos informar sobre essas ações. Pelo menos ficaria mais fácil para a sociedade acompanhá-las. Mas como eles não fazem, registro eu aqui o que me parece relevante, para poder me lembrar depois do que se prometeu.



segunda-feira, 22 de julho de 2013

Luis Nassif sobre o "jornalismo fastfood"

"Jornalismo fastfood". Ótima expressão do Nassif. Lembro do tempo em que decidi prestar vestibular para jornalismo, sob o pretexto de que era a alternativa mais recompensadora financeiramente e mais valorizada socialmente, diante das outras opções que eu vislumbrava: Letras ou Filosofia.
Como eu era estúpido!! (mas será que deixei de ser?)
Eram tempos de longas greves nas universidades públicas, escassez de recursos, professores cansados, fora FHC, fora FMI. No ano em que entrei no curso, 1998, devo ter tido no máximo três meses de aula.
Rapidamente descobriria que a profissão de jornalista era, entre aquelas exercidas por pessoas com ensino superior, uma das mais precarizadas. Salários baixos, excesso de horas extras não remuneradas, extrema instabilidade no emprego. Poucos dias atrás, ao ler reportagem sobre as condições de trabalho dos jornalistas brasileiros, vi que o quadro geral hoje é ainda pior.
Obviamente há as exceções - e o que engana na imagem social do jornalista é que tais exceções são os exemplos mais visíveis da profissão. Âncoras e apresentadores de TV, colunistas, comentaristas e repórteres investigativos famosos formam a parte mais vistosa de um minúsculo grupo de profissionais que gozam de um bom salário e de uma certa autoridade que lhes abre portas. No entanto, desconfio que mesmo estes pagam um preço bem caro pela função que exercem.
Paulo Henrique Amorim atribui a Delfim Neto a frase que jornalista de economia não é nem uma coisa nem outra. Temo que a observação se aplique facilmente também a outros assuntos comuns no jornalismo como política e cultura. Por que isso acontece?
Creio que o problema não está no contingente de milhares de jovens que todo ano ingressa em cursos de jornalismos espalhados pelo Brasil. Boa parte desses jovens é oriunda de famílias de classe média e me permito presumir que tiveram acesso a educação básica de boa qualidade (ao menos para os padrões brasileiros).
O problema, a meu ver, está na própria ideia de um curso superior de jornalismo. Pois aquilo que só a prática efetiva do jornalismo pode ensinar dificilmente é reprodutível no ambiente da universidade ou faculdade. Por outro lado, uma formação teórica consistente em uma disciplina ou campo do saber, algo que exigiria vários anos de dedicação quase exclusiva, é substituída por um ecletismo de disciplinas introdutórias às mais variadas áreas e que deve caber em quatro anos de formação superior, em nome da meta de formar um(a) jornalista capaz de falar sobre praticamente qualquer assunto relevante. No final das contas, o que resta de saber específico na formação em jornalismo e que, além disso, encontra no ensino superior o ambiente adequado para ser ensinado constitui material para um curso de no máximo dois semestres de duração.
Consequência perniciosa desse estado de coisas: o exercício reiterado de sermos apresentados de maneira introdutória aos mais diversos assuntos para, logo em seguida, sermos instados a "noticiá-los" tende a nos fazer confundir clareza e objetividade do discurso com o apego a clichés e reducionismos simplificadores. Mais uma vez, há honrosas exceções, mas as pessoas que transcendem esse dilema da formação superior em jornalismo não o fazem por causa do curso, mas apesar dele.


domingo, 21 de julho de 2013

Startups e Spinoffs

Ariano Suassuna iria odiar esses nominhos em inglês e certamente sugeriria traduções espirituosas para eles. Por enquanto, na falta de de nomes melhores, fiquemos com esses inventados nos EUA. Afinal, importa mais a coisa que o nome que se dá a ela.
Ano passado fiz uma visita de trabalho à Universidade Federal de Santa Catarina e lá conheci algumas startups e spinoffs no setor de computação e redes. Na época, não conhecia esses termos, mas os coordenadores do instituto de pesquisa que abrigava essas empresas nascentes falavam com entusiasmo sobre suas crias. Vi muitos jovens bastante compenetrados em seus trabalhos e em um ambiente bem descontraído.
Parece que esses "bercários de empresas" estão começando a pipocar em todo o Brasil. Dentro em breve elas já não mais serão um dígito insignificante em nosso PIB.
Segue abaixo entrevista da Folha de São Paulo com professor da USP responsável por uma dessas incubadoras de empresas.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Como votaram os deputados?

Os autores do texto abaixo chamam a atenção para um fato curioso. Quase nunca se vê na mídia, especialmente na impressa e na televisiva, a informação de como votaram os partidos e os deputados diante de uma decisão de plenário a tomar sobre uma questão específica. De fato, por que será que isso ocorre? Falta de espaço? Bem, a quantidade de espaço reservado para uma informação depende da relevância dessa informação.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Dinamarca: o lugar mais feliz do mundo

Esse é o tipo de igualdade que me parece invejável em uma sociedade. Não a igualdade em que todos devem sustentar as mesmas opiniões sobre quaisquer assuntos, sendo reprimidos pelo Estado caso divirjam da opinião oficial. Tampouco uma igualdade econômica controlada autocraticamente pelo Estado. A Dinamarca, com o seu ideal regulativo de igualdade, aparece como o país mais feliz do mundo, apesar do severo clima frio e chuvoso. Detalhe: no documentário abaixo, até o gari é fluente em inglês!
Deixo de lado a discussão sobre a possibilidade de chegarmos um dia a algo semelhante no Brasil. Apenas me pergunto: SE isso fosse possível, não seria bom?


Brasil é 7o. lugar em ranking mundial de violência

Não que tenhamos melhorado. Os outros é que pioraram. Todos os 6 lugares à frente do nosso são ocupados por países da América Latina e Caribe. Coincidência?
O texto abaixo, publicado pela Agência Brasil, dá a notícia e aponta para alguns dos fatores que contribuem para esse índice tão alto de violência. Dos três destacados no texto, vale a pena mencionar dois. Primeiro, a quantidade de assassinatos cometidos cujas motivações foram banais. Indício de uma certa "cultura da violência" vigente na sociedade brasileira. O segundo fator digno de nota é a impunidade dos crimes. Apenas 4% dos assassinos foram presos.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Investimento em Ciência e Tecnologia: desafio inadiável

Talvez nunca saibamos quantas substâncias da biodiversidade vegetal da Amazônia já foram roubadas, sintetizadas em laboratórios do exterior e transformadas em princípios ativos de medicamentos que, em seguida, são vendidos no Brasil por preços exorbitantes; talvez nunca saibamos quantos jovens talentos científicos foram destruídos pelas más condições de vida e pelo nosso vergonhoso sistema educacional. Que reformas precisamos fazer para criar no Brasil um exército de cientistas criativos e motivados? Quanto dinheiro, onde e como precisamos investir para que isso aconteça o mais rápido possível?
Abaixo reproduzo texto sobre o assunto publicado no Estado de São Paulo.

A indústria naval brasileira

Notícias e bons augúrios sobre o ainda recente renascimento da indústria naval brasileira. É a Coluna Econômica escrita pelo Luis Nassif e que reproduzo abaixo.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Os paradoxos do "lulismo" por Antonio David

Texto longo, mas vale a pena. Antonio David, pós-graduando em Filosofia pela USP, fala da base eleitoral do Governo Lula, o subproletariado. Segundo ele, sem colocar esse estamento social e o seu perfil na equação, não há como entender os paradoxos e contradições do que o André Singer chamou de 'lulismo'.
O subproletariado seria a parcela da população que ganha até 2 salários mínimos. Trata-se de quase 50% da população brasileira. As pessoas desse perfil gostariam de ver mudanças e, na larga maioria, apoiaram as medidas do Governo que mais os afetaram diretamente. Porém, elas também possuem um forte traço conservador, que o 'lulismo' se esmera em não chocar, sob o risco de perder sua principal base eleitoral. A esquerda mais tradicional tende a não "enxergar" essa classe. Daí a sua dificuldade em compreender os paradoxos do governo petista. O autor propõe como estratégia para o projeto de poder do governo atual a aceleração do processo de inclusão do subproletariado na situação de proletariado.


Maria Inês Nassif: "Constituinte não era ideia tão absurda"

Bem fazejas palavras da Maria Inês Nassif no GGN nesse tempo de ressaca das manifestações.

Expondo meus dilemas

Preciso fazer algo para avançar na minha compreensão dos fenômenos políticos e econômicos atuais do país. Como?
Neste momento, vejo-me diante de vários dilemas que não consigo resolver, embora ao me confrontar com os lados opostos desses dilemas meus sentimentos não mostram nenhuma hesitação em escolher qual  apoiar. Porém, ao mesmo tempo, sinto-me inseguro de aderir plenamente a um dos lados, por não confiar nas razões que tenho para isso. Tampouco me vejo capaz de ultrapassar os dilemas em direção a uma posição própria original, também por limitações cognitivas. O que fazer então?
A primeira coisa é nomear os dilemas, expô-los com a máxima precisão que eu conseguir. Esse esforço provavelmente me ajudará a progredir. Aqui vai.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Os estragos que a pobreza causa ao futuro

Webdocumentário muito bem feito, produzido por jornalistas do Jornal do Commercio de Pernambuco, conta a história de um grupo de jovens que na adolescência conviveu em uma ONG situada em Caruaru. A vida e os projetos deles naquela época são contrastados com o que de fato aconteceu com a maioria daqueles meninos e meninos. Com exceção de dois deles apenas, nenhum sequer terminou o ensino fundamental. Todas as adolescentes viraram mães precocemente e interromperam os estudos. Hoje são jovens de menos de 25 anos, sem emprego e sem qualificação mínima para conseguir um. Já entre os meninos, a grande maioria envolveu-se com drogas, sobretudo o crack. A consequência: os que não morreram, estão presos ou continuam envolvidos com a prática de crimes e o consumo de drogas.
As histórias dessas pessoas vem acompanhadas por vários dados estatísticos sobre educação, expectativa de vida e renda no Brasil da última década. Vale a pena conferir: chama-se "Pelo menos um".

sábado, 6 de julho de 2013

A indústria naval brasileira renasce

A Petrobrás está utilizando seu enorme poder de compra para estimular setores industriais nacionais. A cadeia produtiva do petróleo extraído do fundo do mar precisa de navios, plataformas, equipamentos para a construção dessas coisas e uma infraestrutura de portos, estradas, hidrovias e ferrovias para comunicar com rapidez e baixo custo todos os elos da cadeia produtiva. O autor do texto abaixo, Marco Antonio L., apresenta informações auspiciosas sobre a indústria naval no Rio Grande do Sul e em Pernambuco. Oxalá muitos empregos recompensadores surjam daí.
Os números que o Marco Antonio fornece sobre a indústria naval mundial são impressionantes: "A China conta com 4.179 navios, somando os de Hong Kong. O Japão tem 3.720 e a Alemanha 3.522. Os chineses e coreanos detém 67% do mercado de navios. Os mais de US$13 trilhões em trocas comerciais realizadas no mundo ocorrem por via marítima. São 67 mil navios andando de um lado ao outro do globo, muito mais no Hemisfério Norte. Cerca de 10 empresas controlam 60% desse tráfego e ditam os preços dos fretes, ou a taxa para usar o freezer do navio. 95% do comércio internacional do Brasil é via marítima, só internamente que o delírio rodoviário se mantém".